Pertenço aos 60% das pessoas que consideram não ter informação para se pronunciar sobre a localização do novo aeroporto para Lisboa.
O que gostava era de confiar na escolha da Ota determinada pelos "vários" estudos, acreditar que foram feitos com independência técnica e que, de facto, como defende o ministro Mário Lino, já não há tempo para estudar mais o assunto, já não há tempo para avaliar localizações alternativas às que foram analisadas.
A decisão foi tomada em 2000...Há 7 anos...pelo então ministro de António Guterres, João Cravinho. Depois foi validada por Durão Barroso. Não se consegue perceber porque é que uma decisão que merecia o consenso dos dois grandes partidos de repente deixou de ser consensual. Passou muito tempo mas não o suficiente para alterar estruturalmente o país - os cursos de água, a rota das aves ou a distribuição da população e da riqueza.
Um dos únicos argumentos que ouvi neste louco debate é que hoje existem meios mais sofisticados para detectar melhores localizações. É assim que surge por exemplo o Poceirão... Não há tempo para avaliar? Provavelmente. Então demonstre-se que os custos de uma reabertura do processo de decisão da Ota seriam superiores aos benefícios.
O Governo está apenas a mostrar com as suas intervenções caóticas que tem medo de reabrir o processo. Ou a sofrer do mal que cada vez parece mais claro: quero, posso e mando. Mais uns estudos num projecto desta dimensão não fazem mal a ninguém.
O que nos faz muito mal é assistir a metáforas como a "margem sul é um deserto" como fez o ministro Mário Lino. Ou, como se lia hoje no Público, ver Vital Moreira a acusar a Lusoponte como tendo interesse neste debate...
Interesses há muitos e ainda bem... Uns querem o aeroporto na Ota, outros em Rio Frio, no Poceirão...O que eu quero é que o Governo, a quem cabe defender também um "interesse" mas o da sociedade, escolha o que é melhor para o país. Convencendo-nos que assim é.
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