Ainda sobre a tendência para o agravamento da desigualdade na distribuição do rendimento num olhar restrito sobre o capitalismo WEB que sucede ao capitalismo social modelizado por Weber.
É muito interessante ler o artigo de hoje de Martin Wolf no Financial Times com o título "New capitalism" - alerta que me foi feito pelo director do Diário Económico, Martim Avillez Figueiredo - e estar, como estou, a ler "A Cultura do Novo Capitalismo" de Richard Sennett.
A globalização financeira está a mudar o mundo violentamente. E nele a gestão das empresas globais dirigidas por gestores com poder centralizado mas sem autoridade, na análise de Sennett. Gestores que têm satisfazer o actual "capital impaciente", expressão de Bennett Harrison citada por Sennett.
Lembro-me de uma intervenção de Rui Vilar há uns anos dizendo que as actuais empresas são geridas para os analistas que exigem resultados no curto prazo. Hoje temos mais que analistas. São investidores/capitalistas que querem resultados imediatos. Um exemplo de Sennett (pg 36): "(...)em 1965 os fundos de pensões norte-americanos detinham as acções por um período médio de 46 meses, em 2000, grande parte das carteiras desses investidores institucionais mudava de mãos, em média, todos os 3,8 meses."
É muito difícil perceber o que determina o quê. Este é um tempo marcado pela revolução tecnológica, pela queda das fronteiras e pela liberalização. Vértices de um triângulo forçosamente acelerador, indutor de ansiedade, "impaciência".
O sector financeiro, lembra Martin Wolf, está hoje tão liberalizado como estava há um século pouco antes da I Guerra Mundial. Vale a pena revisitar esses tempos.
Notícias em Portugal...
...e no Mundo
Blogs
Sítios